O Sistema de Certificação Energética de Edifícios arrancou há dez anos, tendo sido emitidos até à data 1.250.000 certificados energéticos. O número foi revelado pela nova gestão da ADENE – Agência para a Energia, que entrou em funções recentemente. Para João Paulo Girbal, presidente da entidade, há ainda um longo caminho a percorrer neste setor, até porque há 6.000.000 de casas que ainda podem ser certificadas.
“Quando existe uma obrigação [o certificado energético passou a ser obrigatório em 2013, a partir do momento em que é anunciada a venda ou o arrendamento do imóvel] as pessoas normalmente cumprem. Verificamos que há uma sazonalidade do certificado relacionada com a saúde do imobiliário. Se não fizéssemos nada, só pelo facto de ser mandatório, ia haver um crescimento linear nas emissões. Mas o que queremos, e porque o certificado tem um valor impressionante, é a possibilidade da pessoa ter uma opinião qualificada e especializada sobre a sua casa, sobre o que pode fazer para poupar energia e torná-la mais confortável, que é o problema da maior parte das pessoas. Vemos aqui uma oportunidade muito boa”, começa por dizer o responsável ao idealista/news.
Nesse sentido, João Paulo Girbal apela à necessidade de haver uma “maior consciencialização do próprio valor do certificado”. E dá um exemplo: “Uma pessoa tem uma casa que herdou em Lisboa e quer vendê-la, por isso tem de pedir um certificado. A pessoa que a compra também não valoriza o certificado e decide fazer obras. Então tem uma oportunidade magnífica para utilizar aquela informação. Quero que os consumidores tomem decisões com base na informação que consta no certificado. E depois de fazer obras é importante pedir a renovação do certificado, porque houve melhorias no imóvel”.
Um longo caminho a percorrer
Segundo o presidente da ADENE, há cerca de seis milhões de casas sem certificado energético, mas muitas são segundas casas ou estão devolutas, por exemplo, pelo que o número será seguramente inferior. “Imaginemos que temos quatro milhões de habitações. Se demorámos dez anos a atingir 1.250.000, o que gostava é que não demorássemos dez anos a atingir esses quatro milhões”, adianta.
Nesse sentido, é essencial combater o já referido crescimento linear na emissão de certificados energéticos, isto apesar de o número de emissões estar a aumentar de ano para ano, conclui João Paulo Girbal, reforçando a importância de combater a iliteracia energética existente em Portugal.
Fonte: Idealista