Licenciamento para habitação cresce 43% no último ano

Crescimento das obras em carteira no 2º trimestre de 2017 foi especialmente dinâmico no segmento de reabilitação. Mas também há obra nova.

Entre junho de 2016 e o mesmo mês de 2017, os projetos de habitação em licenciamento cresceram 42,7%. Este avanço esconde um maior dinamismo no segmento de reabilitação, com uma variação de 68,2% no espaço do último ano mas também há construção nova: avançou 38,2%. Os dados são da Confidencial Imobiliário e de um novo índice que analisa os projetos de habitação em carteira (pipeline) de acordo com os pedidos de pré-certificados energéticos emitidos pela Agência para a Energia – ADENE. Um contributo que Ricardo Guimarães, diretor da CI, lembra que é “essencial para o mercado”, depois de uma escassez na oferta de novos imóveis e “numa altura em que a grande fonte de tensão no mercado imobiliário é a falta de produto”.

Os dados mostram que as obras de reabilitação têm exibido uma subida mais acentuada do que as de construção nova, com as primeiras a aumentarem a um ritmo trimestral médio de 14,5% nos quatro últimos trimestres e as segundas a uma média de 8,7% por trimestre no mesmo período de referência.

Desde meados de 2013 a carteira de projetos residenciais está em franca recuperação, após uma tendência generalizada de queda iniciada em 2011, com a crise financeira.

“A subida tem-se revelado mais acentuada para a reabilitação, com um crescimento acumulado de cerca de 250%, do que para as obras novas, que aumentaram 140% no mesmo período”, revela a consultora.

Em termos de área média por projeto, depois de contrair cerca de 36% entre o primeiro trimestre de 2011 e o terceiro trimestre de 2013, voltou ao crescimento, registando uma subida acumulada de cerca de 67% até ao segundo trimestre de 2017.

O aumento da dimensão média dos projetos “traduz o ressurgimento de edifícios de maior envergadura, especialmente visível no mercado de construção nova, embora seja igualmente uma tendência sentida nas obras de reabilitação”.

Ricardo Guimarães sublinha que a procura crescente que o mercado tem vindo a observar já intensificou a produção de novos imóveis, depois de um primeiro momento de recuperação da crise em que a procura avançou “muito mais rapidamente do que a produção de novos fogos, o que impulsionou os preços”.

Fonte: Dinheiro Vivo